Começar uma carreira como freelancer é empolgante, mas pode ser também desafiador — principalmente quando o assunto é precificação. Muitos iniciantes cometem o erro de cobrar muito pouco, com medo de espantar clientes. Outros, inseguros, acabam aceitando qualquer valor oferecido, mesmo que não compense o esforço. Neste artigo, você vai aprender como cobrar de forma justa, profissional e estratégica, sem se desvalorizar.
Por que tantos freelancers cobram mal?
A precificação errada entre freelancers iniciantes geralmente vem de três fatores principais:
- Falta de referência de mercado
- Medo de perder clientes
- Síndrome do impostor
Esses elementos levam a decisões impulsivas e prejudiciais, como aceitar preços irrisórios ou trabalhar de graça para “ganhar portfólio”.
Mas a verdade é simples: cobrar muito abaixo do justo não só prejudica você, como também o mercado. Portanto, é hora de mudar a mentalidade.
Entenda o valor do seu trabalho
Mesmo sendo iniciante, seu tempo, esforço e conhecimento têm valor. Você não está apenas entregando uma tarefa — está solucionando um problema para o cliente. Para cobrar bem, comece respondendo a perguntas como:
- Quanto tempo esse projeto vai exigir?
- Que habilidades estou usando?
- Que impacto esse trabalho terá para o cliente?
Ao responder isso, você começa a perceber que o preço deve refletir mais do que “horas trabalhadas”.
Calcule seu valor mínimo por hora
Mesmo que você não vá cobrar por hora, esse cálculo ajuda a estabelecer um valor base. Siga este caminho:
- Defina quanto você deseja ganhar por mês.
- Subtraia impostos e custos operacionais (internet, equipamentos, software).
- Divida pelo número de horas produtivas mensais.
Por exemplo: se você quer ganhar R$ 3.000, gasta R$ 500 com custos e trabalha 100h por mês, seu valor mínimo/hora é:
(3000 + 500) ÷ 100 = R$ 35,00/hora
Esse valor serve como base para calcular orçamentos por projeto.
Estude o mercado e encontre o equilíbrio
Pesquise quanto outros freelancers estão cobrando por serviços similares ao seu. Plataformas como 99Freelas, Workana ou LinkedIn podem oferecer insights.
Mas atenção: não caia na armadilha de cobrar o mais barato. Ser o “freelancer low-cost” raramente atrai clientes bons — só atrai quem quer pagar pouco sempre.
Em vez disso, encontre um equilíbrio entre:
- O valor que você precisa para se manter.
- O preço médio de mercado.
- O valor percebido pelo cliente.
Ofereça pacotes ou preços por projeto
Clientes gostam de clareza. Em vez de cobrar por hora, prefira cobrar por projeto ou por pacote de entregas. Isso facilita a negociação e evita surpresas.
Exemplo: em vez de dizer “R$ 35/hora para criar posts para redes sociais”, diga:
Pacote de 10 posts + agendamento: R$ 350
Inclui: design, copy, hashtags e entrega em até 7 dias.
Dessa forma, o cliente foca no que vai receber, e não no tempo que você vai levar.
Aprenda a dizer não
Um dos maiores erros do freelancer iniciante é aceitar qualquer proposta. Mas nem todo cliente é ideal, e nem todo projeto vale o seu esforço.
Se um cliente tenta forçar desconto ou quer pagar valores abusivos, diga não. Você não está perdendo dinheiro — está abrindo espaço para clientes melhores.
Rejeitar propostas injustas é parte do amadurecimento profissional.
Mostre profissionalismo
Quanto mais profissional você parecer, mais fácil será justificar preços justos. Use propostas bem elaboradas, contrato de prestação de serviço e ferramentas de gestão de projeto, como Trello ou Notion.
Profissionalismo transmite segurança, e segurança agrega valor.
Conclusão
Cobrar sem se desvalorizar é um dos maiores desafios para quem está começando como freelancer. Mas, com uma base sólida, mentalidade de valor e postura profissional, você pode estabelecer preços justos — e atrair clientes que reconheçam isso.
Lembre-se: você não está vendendo seu tempo. Está vendendo soluções. E soluções valem dinheiro.